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BULLYING

Adolescente com câncer denuncia bullying em escola de Luziânia

Os comentários são sobre sua prótese e à queda de cabelo causada pela quimioterapia

Adolescente denuncia bullying em escola (Foto: Freepik)
Adolescente denuncia bullying em escola (Foto: Freepik)

Uma adolescente de 14 anos, em tratamento contra um câncer na perna, denuncia ser vítima de bullying dentro de uma escola estadual em Luziânia (GO). A estudante, que está no 9º ano da Escola Estadual Osfaya, afirma que enfrenta humilhações relacionadas à sua prótese e à queda de cabelo causada pela quimioterapia.

Em 2023, a jovem foi diagnosticada com osteossarcoma, um tumor ósseo maligno. Segundo a família, as agressões verbais partem de duas colegas de 15 anos, que insultam a adolescente com termos como “manca”, “pneu careca” e “lá vem a desgraça”. A estudante, que usa uma prótese devido à amputação decorrente do câncer, também sofre piadas sobre sua aparência e modo de andar.

“Elas falavam que eu tinha que tomar remédio para o cabelo crescer, me chamavam de careca, de cascuda… Eu tomo remédio pro psicológico, tenho problema de coração por causa da quimioterapia, e vocês não têm noção do sofrimento que eu já ei”, desabafou a estudante em um vídeo compartilhado nas redes sociais.

Diante da repercussão, a Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), instaurou um inquérito para apurar os fatos. O Conselho Tutelar também acompanha o caso. A família registrou boletim de ocorrência e afirma ter reunido provas, como laudos médicos e conversas, para embasar a denúncia.

Adolescente denúncia omissão da escola

No vídeo, a adolescente também destaca a falta de acolhimento por parte da escola. “Agora vou resolver tudo judicialmente”, declarou a jovem nas redes sociais.

Em nota, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc-GO) declarou que a direção da escola só teve conhecimento do caso após a circulação do vídeo nas redes sociais. A secretaria afirma que, assim que soube da situação, acionou a Coordenação Regional de Educação (CRE) de Luziânia para acompanhar o caso com uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, assistentes sociais, inspetores e pedagogos do programa “Ouvir e Acolher”.

A Seduc também informou que uma visita à casa da estudante foi realizada nesta quinta-feira (5) para discutir com a família os próximos os em relação à continuidade dos estudos e reforçou que o processo de apuração dos fatos está em andamento.

A adolescente segue com acompanhamento médico no Hospital da Criança de Brasília (HCB) e na Rede Sarah.

A Polícia Civil reforçou o compromisso com a proteção de crianças e adolescentes e informou que todas as providências legais estão sendo tomadas para garantir a responsabilização dos envolvidos.

Nota completa Seduc-GO

Em atenção à solicitação de informações sobre a aluna da Escola Estadual Osfaya, em Luziânia, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc/GO) responde:

  • A direção da unidade escolar acompanha a estudante desde que foi informada sobre a questão da saúde da aluna;
  • Para garantir que não haja prejuízo na aprendizagem, a instituição de ensino sempre a o material de recomposição da aprendizagem e presta apoio pedagógico à estudante;
  • A direção da escola destaca que não foi informada pela família sobre a ocorrência do bullying e só ficou sabendo do caso a partir da veiculação de um vídeo sobre o assunto pelas redes sociais;
  • No Boletim de Ocorrência (B.O.), registrado pela mãe da estudante na delegacia, a mesma ite que ainda não havia levado essa questão ao conhecimento da direção da unidade escolar para que as devidas providências fossem adotadas;
  • A Seduc/GO ressalta ainda que por meio da Coordenação Regional de Educação (CRE) de Luziânia, assim que tomou conhecimento da situação, deu início ao processo de apuração dos fatos, com a participação de uma equipe multidisciplinar, formada por inspetores escolares, tutores pedagógicos, assessores pedagógicos e dos profissionais do programa Ouvir e Acolher;
  • A Secretaria de Educação frisa também que a equipe do Ouvir e Acolher já foi acionada para dar início ao trabalho de acolhimento da estudante e de combate ao bullying no ambiente escolar, com a presença de psicólogos e assistentes sociais.

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